PEDRA CIDADE, Pedreiras de Kleber Lago
Por Raimundo Carneiro Corrêa
Obelisco vida amor desvela-se nudez
encanto. Pedra, que um beijo abraço rio faz cidade, em pé! Pe-dreiras, peitos
pujanças a manar leite... E, o mel generosidade de ventre vale aos lábios dos
desejos fomes a saciar gostos para o nunca esquecimento ser, porém leitura das
MENÇÕES, CANTOS E LOUVORES, de Kleber Lago, livro síntese de uma obra toda,
toda poesia eterna, por que construída sobre a rocha. Épico do amar, navegar,
vigiar, entregar-se ao rio eros a canoar, fechar d’olhos... não! Não olhar! Que
o encanto é intenso, até o passar por adormecido marco letra Pedra Grande a
emergir-se do Mearim. Mearim dos banhos brincadeiras dos meninos pedreirenses,
dos filhos dos Lago, e o Kleber, o que se formou poeta com seu povo em roda de
bar, nados coletivos no rio, dialogação ternura com a rua e em romaria de fé
com São Benedito. Com o fogo que levas eu me acendi e contigo quero estar na
procissão com teu povo, companheiro! Mais do que mesmo ouvir-te a cantar tua
terra, por que o teu canto é encantador, quero contigo regressar a Pedreiras no
caminhão do Frazão, com mais uma carrada de arroz para alguma das usinas, arroz
em casca cor de ouro do suor de tantos rostos nordestinos, usinas que o
capitalismo obsoletou e por que fechou, apagou-se o lume cine Pedreiras e
quando em alguma enchente o rio economia em transe levou as últimas peças dos
lindos “tecidos que não desbotou” da casa “A pernambucana”... oh! Destino história
em permanente dialética do nascer, estar, desaparecer... Ainda bem que a poesia
não morre, vive em procissão arte voz música dança João do Vale, Praça Corrêa
de Araújo... E... Ribamar Carvalho, João de Sá Barreto, João Menezes... Eis a
cidade memória do amor que vive, eterniza-se e renasce em geração contemporânea
a manter pura vigilância toque poético musical do viver Pedreiras beleza que
forma rua geometria dos passos compassos sorrisos e abraços... Geração do amor
liberdade festa que ainda rola com os novos ritmos mas em rolo rosas lábios
versos prosas violão tambor! Vida!!! Olarias édens praias
areias gosto memória do “Peba na Pimenta”, serviços de beneditas mãos médicas
de Dr. Josélio e Pedro Barroso a pegarem filhos em natais madrugadas, manhãs,
tardes do amor que nasce. É menina! E menino! Oh! Gêmeos! Parecidos! Viva
Pedreiras! Pedra viva gente, de sua gente! Viva!!!
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