quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

LITERATURA PEDREIRENSE: A prosa poética de Samuel Barrêto

FONTE:http://www.citybrazil.com.br/ma/pedreiras/galeriafotos.php

Rita Pereira de Oliveira¹

O ser humano vive inebriado de poesia, pois ela encontra-se impregnada no mundo, e muitos nem desejam escapar. É bonito ver que mesmo as pessoas que não tiveram oportunidades de receber a instrução em um ambiente escolar, conseguem se expressar tão bem e, por vezes, nos surpreendem com frases soltas de uma riqueza poética surpreendente. Ao mesmo tempo em que desfiam sabedoria, inspiram poetas a eclodir seus mais significantes versos a partir de elementos sui generis.

Para Aristóteles (1987, p. 234) “a poesia tomou diferentes formas, segundo adversa índole dos poetas que eram atraídos para este ou aquele gênero de poesia.” Provavelmente o filósofo amante das artes referia-se a os segmentos poéticos populares e clássicos evidentemente.

Fazer critica literária é, para os grandes, para quem é dotado de sensibilidade, assim como escrever poemas é inerente aos sensíveis. O francês Charles Baudelaire, precursor do simbolismo e considerado o pai da tradição moderna em poesia, além de grande pensador, não deixa por menos e se arrisca em afirmar que todos os grandes poetas são também bons críticos. Certamente Baudelaire refere-se à capacidade que têm os poetas de trabalharem seus versos com a preocupação de tornarem-se tão abrangentes a ponto de parecer estar fazendo poemas dirigidos.

Segundo Massaud Moisés (1967):

“A história da prosa poética ou dos vínculos entre a prosa e a poesia, orienta-se por dois vetores: 1) a história da pratica dessas relações, e 2) a história dessas categorias e dos conceitos empregados para discriminá-las. O uso do binômio num mesmo texto é antigo. Tardia é a critica desta fusão, contemporânea ao advento da estética romântica. A prosa literária é historicamente posterior a poesia foi pela transferência de predicados dessa ultima que a outra se constituiu.”

Em se tratando de prosa poética há indícios de que Isócrates foi o pioneiro na matéria ao escrever o Encômio de Evagoras (435 -376 a. C), Rei de Chipre, seguido de Xenofonte, com Angesilaus e Ciropedia. A prosa dos sofistas de Alexandria, conhecida como, a “segunda sofistica” dá prosseguimento a esse processo em que a pura poesia em verso é sucedida pela pura poesia em prosa.

A poesia precede à prosa. A primeira já existia desde o início da cultura ocidental e viu nascerem todas as literaturas, predominando durante séculos. A prosa só aparece a partir do século XVIII com o romantismo. É importante frisar que se trata da prosa literária, pois a prosa eloquente (oratória) e a prosa discursiva (de filósofos, juristas, cientista etc.) já existiam com raros sinais de poesia.

O poeta Samuel Barrêto envereda desde cedo pelos caminhos da poesia, acalentado pelos versos de sua avó e de seu pai. Com uma dose de sabedoria e humildade vai versando por onde passa. Sabe como ninguém aproveitar de todos os recursos que a vida e a sua cidade lhe oferecem, e deles tira seus mais belos poemas. Tem um carinho especial por sua terra e consegue transformar esse sentimento em poemas.

O poeta parece mais que homem é um ciclone de sentimentos, pois não se concebe poesia sem sentimentos. Já dizia: (WALTS, 1953, p. 59, apud Massaud Moisés) “a poesia é a arte de comunicar a emoção humana pelo verbo musical”.

                                               “O amor que suporta os anos de guerra
Jamais abandona a sua querida terra
Nos acordes poéticos do forte baião”


Samuel Barreto*
                                                        
Mergulhando no mundo poético de Samuel Barrêto e o seu amor pela sua cidade, é possível identificar uma marca, a da saudade. Ele trata a sua querida Pedreiras,como se estivesse longe dela. Quer com isso dizer que já compôs a sua “canção do exílio”, embora o tenha experimentado, mas põe-se no lugar dos seus compatriotas que se vão em busca de melhores condições de trabalho ou outras buscas:

Tempo e Idade*

Fui para bem longe
Queria tentar a sorte
Só ganhei uma fria saudade
Apertando o peito...
Cheiro de morte.

Voltei para minha terra,
Para viver um sonho
Que hoje já não é meu.
Os amigos; alguns já se foram,
Outros foram embora,
E os que ficaram
Vivem uma dura realidade
Na luta do dia a dia.

Tento ser o mesmo de outrora,
Jogar bola, banhos no rio,
 E a liberdade
Na carreira do tempo.
Sofro... Nem mesmo o Velho Rio
Tem o mesmo trajeto...
O caminho é outro.

Tenho que ficar, pois aqui está
Cravada a minha história,
Ela que é pedra sob pedra
E nunca se dividiu dentro
Do meu velho peito,
Sou um só... Vivo,
E ando em lentos passos
A procura da minha felicidade.

Samuel Barreto


Como identificar a prosa poética nas canções do poeta Samuel Barreto? É fácil. Basta observar durante a leitura de um dos seus poemas. É como estar lendo uma narrativa. Mas, uma narrativa poética enriquecida de um tom melodioso, já que é uma marca do poeta a musicalidade em seus versos:

                                                   Pedreiras*



"Cidade que mora em mim
Fazendo parte do meu eu,
Toma conta das minhas vontades,
Num eterno jogo de bem querer.
Te amar é uma questão natural
Que queima-me o corpo e a alma,
Nunca imaginei-me sem está em ti,
Sei bem que se não tivesse nascido
Nas tuas entranhas, tinhas nascido
Dentro de mim, tornando-me
O mais verdadeiro amante das tuas
Mais delicadas aventuras"

Samuel Barrêto


Podemos caracterizar a obra de Samuel Barrêto no que se refere a Pedreiras em quatro aspectos distintos:

O poeta histórico: aquele que se preocupa em resgatar da sua cidade os traços mais verdadeiros de sua história, desde a sua origem...

Origem da Princesa*

Índios em ti habitaram
Fizeram seu próprio chão
E com esperança alimentaram
Com fé, força e paixão.

Os homens então chegaram
Veio junto a escravidão
E tudo enfim mudaram
Tirando da terra a razão
           
Depois nasceu uma princesa
Cheia de luz e beleza
E um rio cheio de amor.

A pedra virou Pedreiras
Mil paixões verdadeiras
Na alma de um cantador

Samuel Barrêto

... passando pelas transformações e agressões que esta foi sofrendo ao longo dos anos:

                                                “Veredas e becos, história e lenda,
O traço de tinta quebrando barreiras
A mágoa no peito se abre em fenda
Nos olhos a dor de minha Pedreiras

O amor que suporta os anos de guerra
Jamais abandona a sua querida terra
Nos acordes poéticos do forte baião.”

Samuel Barrêto*


O poeta engajado: não se envaidece da sua condição e se permite ser livre para dizer o que pensa em favor de sua terra:

                                                   ”É muito doído ver tantas bagaceiras
                                                    Que agridem o solo do meu torrão,
                                                    São detritos descendo nas ribanceiras,
                                                    Males para o povo, doenças no Jordão.

                                                    Um cantador que ainda chora na viola,
                                                    Alguém vai pedindo esmola na sacola,
                                                   Rogando a Deus sem ter muita fé.

                                                   É triste te ver assim minha Pedreiras,
                                                   Nas mãos das infames feras agoureiras,
                                                   Que zombam de todos, tomando aguapé.”

                                                   Samuel Barrêto*


O poeta Sentimental: este poeta se enquadra muito bem no que diz (MURRAY, 1951. P. 65) “a poesia é a expressão natural dos mais violentos modos de emoção pessoal.” O poeta em questão se rende às emoções quando canta sua terra sem medo ou pieguice.

                                                   Porto da Madeira*



                                                  “Mar... Uma lembrança na poeira
                                                    Água nos olhos: Só devastação,
                                                    Fina saudade do porto da madeira:
                                                    Um tempo feliz: Agora, exploração.”

  Samuel Barrêto

Esse mesmo poeta traduz o sentimento dos filhos desta terra e de outros poetas que a cantam. Como o grande poeta João do Vale: “todo mundo canta a sua terra/ eu também vou cantar a minha/ modéstia à parte seu moço/ minha terra é uma belezinha.” Samuel Barrêto é capaz de passar por uma rua e se comover com a modificação da paisagem que conta a história da cidade ou de elogiar alguém que consegue conservar uma árvore do passado. Assim, vem escrevendo umas quadrinhas ilustradas com fotos de pontos estratégicos e/ou pitorescos desta cidade.

As praças*

“Nas praças passando horas
Num vai e vem sem cessar
Progresso que nos devora
No que nos faz recordar.”

A ponte*
                                                 “Por onde passa o progresso

                                                   por baixo é a água da fonte,

                                                   é uma via do nosso regresso,
                                                   é que liga o homem a ponte.”


As marcas do progresso*
                                                  “Subindo a Eurico Ribeiro,

                                                    onde o Bodinho morou,

                                                    recordo o tempo inteiro:
                                                   do tempo nada restou.”


O rio *
                                                  “Bem no alto do pão

                                                    uma curva do rio,

                                                    marcando emoção
                                                    sem ter desafio.”


O estádio*
                                                  “O muro protege a bola

                                                    lá dentro grita o Nestor,

                                                    saudade que nos consola
                                                    no gol marcado de amor!”


A igreja*
                                                  “Vou rumo a Igreja,

                                                   buscar um amém,

                                                   que Deus me proteja,
                                                   dos olhos de alguém!”


Samuel Barrêto

Enfim, podemos conhecer o poeta crítico – aquele que tem a humildade e é capaz de reconhecer as qualidades artísticas de outros poetas, ou mesmo reconhecer em pessoas comuns, traços marcantes próprios dos poetas, que outros podem não perceberem ou simplesmente ignorar. Não raras vezes nos surpreende com detalhes críticos importantes sobre o trabalho de um ou de outro poeta ou escritor, e criticas honestas. Somente para citar um exemplo, é capaz de encantar-se com declarações simples como o comentário o deste fragmento de um diário de alguém que se sentia só em um hospital e da janela via sempre as mesmas flores. E desabafa: “eu até pensei em cansar-me de vê-las. Mas elas não se cansam de serem flores. Por isso eu vou vê-las como se fossem as mais belas e variadas flores de um grande jardim.”

É visível a sua sensibilidade em diversos aspectos que não foram enumerados aqui. Está sempre apresentando algo de novo, como as quadras ilustradas que as denomina “QUADRAS E IMAGENS” e quando ousa inovar como o fez o grande poeta brasileiro, Carlos Drummond de Andrade:

                                                     No meio do caminho



                                                    “No meio do caminho tinha uma pedra 
                                                    tinha uma pedra no meio do caminho 
                                                    tinha uma pedra 
                                                    no meio do caminho tinha uma pedra.

(DRUMMOND, 2008)

Quem se arrisca a interpretar o poema de Drummond? Que tipo de pedra havia naquele caminho?
Pois da mesma forma o poeta pedreirense personifica as mágoas de uma meretriz, a corrida do rio ao mar, entre outros.
                                        
“Todas as manhãs
Ela lava as mágoas
Ele no seu passar lento              
Fica em silencio
Entende com calma
Cada noite é uma fantasia
É amor de ilusão
Na madrugada poesia
Que maltrata o coração.”

Samuel Barrêto*

Não se concebe um poeta longe do povo. A sua vida deve estar intrinsecamente ligada à sua gente. E isto é muito simples para o nosso poeta Samuel que prefere estar com as pessoas para delas extrair a inspiração dos seus versos, e a elas dedicá-los.

“Na sua banca ela vendia tempero
Colocando o gosto de bom cheiro
Lutando por pão no seu dia a dia.

Cecília Meireles e Manuel Bandeira,
Que ela se abanava naquela cadeira,
Matando o seu calor com poesia.”
           
Samuel Barrêto*

Enquanto escreve vai deixando no papel a marca da sua alegria, dos mais ousados sonhos, seus e do povo de quem fala. Das necessidades da sua gente, das conquistas e dos devaneios de alguns. Há no poeta e escritor, um anseio por justiça e igualdade entre os povos, que são perceptíveis em sua obra “A RUA DA GOLADA E SUA IDENTIDADE,” nesta coletânea de assuntos há uma mistura de verdade, fantasia, indignação e clamor por justiça, entre outros.

No decorrer da leitura é possível rir das peripécias do Cabo Reis ao prender a prostituta Clemilda que sempre enganava os soldados valendo-se do seu corpo como pretexto para não ser presa. “Era uma bela mulher que todas as tardes tomava banho totalmente nua, num porto localizado na Rua da Golada, e muito marmanjo já tinha cadeira cativa para assistir o espetáculo da natureza. Só que o pior estava para acontecer: as mulheres casadas, as moças, as beatas e as viúvas fizeram uma denúncia para todas as autoridades do município tomarem uma dura providência, coibindo aquela pouca moral de todas as tardes.” Como Clemilda era muito esperta e sempre enganava a polícia.

 Quando lhe davam voz de prisão ela não reagia e simplesmente pedia o vestido que se encontrava em algum lugar visível.  Prontamente se vestia, saia molhada e dizia ao policial. “O senhor não pode me prender, afinal eu estou banhando vestida.” Desta vez e de outras não foi presa. Para alegria da moça e dos que a assistiam, e decepção do soldado encarregado da diligência. Chegou então a vez do Cabo Reis que foi cumprir com determinação a missão que lhe fora confiada. E como bom estrategista que era, maquinou uma forma eficaz de dobrar a esperteza da moça.

Chegando ao local do suposto crime, encontra a despudorada em seu banho vespertino e a interpela nos seguintes termos: “esteja presa, isto é uma ordem, saia já de dentro do rio.” Da forma costumeira Clemilda pede o vestido, mas Cabo Reis não a atende e ainda aponta-lhe a arma e a conduz nua até a delegacia. Esta é apenas uma do famoso Cabo Reis que ninguém sabe se realmente foi cabo algum dia. Mas que nos faz rir, isso faz.

E vai relatando fatos isolados que,emparelhados vão formando uma sequência de verdades que podem nos levar a refletir sobre coisas que acontecem diariamente e são, na maioria das vezes, imperceptíveis à maioria das pessoas, mas não ao autor que ora se comenta. Pode parecer distraído para uns, insensível para outros, até boêmio. Mas enquanto parece desligado é que está em plena atividade. E nada lhe passa por despercebido.

Detentor de uma sabedoria que lhe permite analisar os acontecimentos e extrair deles, lições devida e canalizar seus conhecimentos de mundo para a vivência em sociedade. Ao ouvir as histórias vai processando-as na mente até transformar uma ocorrência em aula de cidadania. Em sua obra aborda assuntos ocorridos no passado relacionados a temas bem atuais. Trata-se do caso do rapaz que era cego e esmolava. Alguém lhe oferece uma cirurgia e volta a enxergar.

Tempos depois o benfeitor encontra o mesmo rapaz esmolando e lhe pergunta: por que ainda pedes esmolas se agora enxergas?  “O jovem respondeu: Senhor Azeitona, peço desculpas, mas a única coisa que sei fazer é esmolar. Esse foi o oficio que meus pais me ensinaram depois que eu tinha perdido a visão, e hoje com quase trinta anos de vida, é difícil habituar-me a outra labuta.” A lição tirada desse fato foi: “não basta só ter liberdade, é preciso tem mecanismo de cidadania para exercer a liberdade conquistada.”

Não é, e nem quer ser imparcial quando se trata de coisas que ferem.  É didático quando o assunto é do interesse coletivo.
“Os comunistas falam para o povo que estão querendo é igualdade para todos; quando todos trabalham juntos, é melhor para o crescimento da comunidade;vou juntar meus vizinhos e vamos fazer um grande mutirão em favor do desenvolvimento. Primeiro vamos começar por nossa comunidade; depois vamos para outras e, em seguida vamos para a cidade, quando Dr. Getúlio souber de nossas benfeitorias, vai mudar de opinião em relação aos comunistas. Somos todos comunistas, somos do povo, aqui não entra orgulhista.” Chiquinho Comunista.

O autor de “A RUA DA GOLADA E SUA IDENTIDADE” é, sem dúvida um artista da palavra. Se por seus versos consegue convencer a quem os lê de que foram escritos para si, da mesma forma em suas crônicas apresenta temas que fazem parte do dia a dia das pessoas e, está sempre atento aos acontecimentos. Uma de suas preocupações é com a educação. Em sua crônica “Digitais do nome” trata da situação do atual dos sindicatos em relação à sua função e em que se transformou todo o propósito inicial de luta e assessoria aos seus associados, para se transformar, obrigatoriamente, em veículos de aposentadoria.

“No Brasil os Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais tem uma importância muito grande em quase todas as lutas pela conquista da liberdade e direitos que tantas vezes foram negados ao povo. Só que hoje o sindicalismo passa por uma crise de identidade e é justamente dentro dos Sindicatos Rurais que vejo a pior delas, não quero estender a todos, pois assim estaria sendo injusto com alguns. Basta qualquer pessoa acompanhar o dia a dia de um sindicato que vai notar a mesma conversa: -“Quando vai sair a minha aposentadoria?”Outro só que saber de uma perícia médica para poder galgar chamado encosto. Em sindicato pouco se fala em política sindical ou na questão da agricultura familiar que em minha opinião é sem sombra de duvida um salto de qualidade do Governo Federal, que tem muitos outros programas para o homem do campo, que vai além da alfabetização até a assessoria para outras técnicas avançadas de plantio, só que infelizmente a maioria dos sindicatos só estimulam o lavrador para o foco da aposentadoria.”

E continua no sindicato que é um dos lugares onde mais se usa a impressão digital como forma de identificação para os que não aprenderam escrever o próprio nome. “O dedo não foi feito somente para melar de tinta e supostamente espelhar a identidade de um homem ou mulher através das impressões digitais, ele tem tanta utilidade que até mesmo um gesto pode causar revolução.”

A palavra é a ferramenta do escritor, do poeta, do sacerdote, do advogado etc. É anterior à criação, como cita o evangelista João 1,1: “No principio era o verbo”. Anterior à escrita, mas não envelhece. Evolui. O poeta e o escritor têm cumprido o seu papel, na medida em que levam ao leitor uma proposta de leitura enriquecedora. Ao mesmo tempo em que proporciona alegria fazem com que o leitor identifique-se com as palavras que escrevem.

Essa poderosa ferramenta milenar que tem sido usada muitas para ofender as pessoas, para fazer ameaças ou para mentiras deveria ser, então, direcionada para outros fins como para fazer um bom elogio a alguém, a partir de um belo poema ou uma crônica bem elaborada. Se a poesia é a arte da palavra então não se pode desperdiçá-la. Nas primeiras sociedades agrícolas a poesia era recitada em rituais de agradecimento pela boa colheita. Quanta sabedoria possuía aquele povo! A Bíblia Sagrada está posta em prosa e verso.

Ao longo do tempo, o poeta enquanto criador foi transformando a poesia em uma arte capaz de revelar a essência do homem em meio a tantos desacertos. Octavio Paz (2003, p. 42), faz uma revelação coerente quando expõe em seu El arco y la lira que “El poema no es una forma literaria, mas sino el lugar de encuentro entre lapoesía y elhombre”. Portanto, não há dúvida de que os poetas em todos os tempos, estiveram com a razão.


¹ Rita Pereira de Oliveira é licenciada em Letras, professora da rede pública em Pedreiras – MA, poeta e memorialista. Experiência com projetos literários envolvendo criação poética com o público estudantil, do qual resultou a obra “CIRANDA POÉTICA”. Têm inédito um livro de memórias.

* Poemas e trechos de poemas coletados de obras ainda inéditas do autor


Referências Bibliográficas

                                                                                                           
ARISTÓTELES. Poética. Sel. textos: José Américo Motta Pessanha. Trad. Eudoro de Souza. São Paulo: Nova Cultural, 1987. (Os pensadores).

BARRÊTO, Samuel de Sá. A Rua da Golada e sua identidade. São Luis/MA: SECMA. Fort com. Gráfica e editora , 2009.

BÍBLIA SAGRADA. São Paulo: Editora Ave Maria, 1993.

MURRAY, J. Middleton.El estilo literário. Tr. Mexicana. México Buenos Aires – Fondo de cultura económica (1951. P. 65).

MOISÉS, Massaud, A Criação Literária. São Paulo: Editora Cultrix, 1967.

PAZ, Octavio. La casa de la presencia. Obras completas – Edicióndel autor. México, D. F.: Fondo de Cultura Económica, 2003.

ANDRADE, Drummond. Antologia Poética. Rio de Janeiro:  Civilização Brasileira, 2008

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