quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Fevereiro: recomeço da continuidade


O ano ainda engatinha apesar de já mostrar a que veio. Em fevereiro, para mim, sempre o gosto de recomeço intercalou com alguns sabores de finais, mas nem por isso fatídicos para vida que teima em estender-se tapete vermelho ano adentro...

Para a Literatura, fevereiro há ser, e foi, mês em que planos são regados, a fim de desabrocharem poética ou cientificamente em forma de livros... É alvorecer literário e poético... Creio que o cardápio de nossa produção literária deste ano já está em parte gerado...

Ainda no mês de janeiro já nasceu o embrião do primeiro livro da série “Tributos”, o “Tributo a João Barrêto: Um Menestrel Pedreirense”, do qual sou organizadora e que junta muitas vozes nossas em homenagem e análise da não extensa, mas densa obra literária de João de Sá Barrêto, uma amostra da típica inclinação dos pedreirenses à literatura.

Daqui a alguns dias a mais, receberemos o presente que era para ser neste fevereiro, estenderemos palmas para Raimundo Carneiro Correa, esperantinopense, uma das referencias literárias mais fortes de nossa região que em tempo presente dividimos sua doce presença, que estará lançando o sexto livro de sua carreira literária que temos o prazer de guardar recordações desde a meninice... E após o evento estará promovendo um segundo lançamento para toda esta região... O romance Mandiga, promete entusiasmos e críticas... Ainda este ano Raimundo Corrêa lançará “Moendas e Fusos” livro em que apresenta suas memórias entrelaçadas das raízes aos ramos juntamente à história de Esperantinópolis, e ainda “Andorinha Azul” história romanceada em versos da vida de Maranhão sobrinho, ilustre escritor barra-cordense.

A Academia Esperantinopense de Letras, em sua última reunião realizada neste mês de fevereiro, decidiu mobilizar-se para o lançamento de sua primeira Antologia ainda no primeiro semestre deste ano, festejando assim o 5º aniversário de Casa da Luz em Esperantinópolis.

Iniciamos o ano também mancando a junto à família de Edézio Monteiro, poeta esperantinopense, membro da AEL, falecido em dezembro de 2011, a data de lançamento da obra póstuma “Eu Escravo”, poesia, que se dará na data de seu aniversário de nascimento em 11 de agosto e ainda com pretensão de lançar o segundo livro da série “Tributos” com o “Tributo a Iracema de Brito: Re[cantos] de Irá” que traz a obra inédita que restou desta lendária poeta e figura humana que precisa ser conhecida.

Francisco Brito, poeta e intelectual barra-cordense que se estendeu em amizade, projetos e parcerias a nós rio acima, também já adiantou que até o final deste ano compartilhará seu pensamento poético conosco na forma de um já esperado livro.

E, ainda prosseguimos em divulgar a Antologia “Mil poemas a Gonçalves Dias”, em homenagem a um de nossos maiores poetas maranhenses, fazendo assim com que as margens do Mearim seja bem representada nesta obra, e que na oportunidade de lançamento em agosto de 2013, na cidade de Caxias, estejamos comemorando com poetas de todo o mundo mais uma obra em que representaremos bem nosso pedaço de chão poético.

Fevereiro é o mês em que as borboletas nos testemunham da maravilhosa mutação de formas e cores da natureza e que também a vida é capaz de se transformar em melodias de tons de versos... O colorido de fevereiro, mesmo pelo céu nublado das chuvas que trazem a esperança de renovação aos celeiros, não é somente pelas fantasias desfiladas nas ruas por breves dias, mas pelas que trazemos e embalamos durante todo o ano dos anos da vida, no abrir do caderno à escrita de uma nova aprendizagem, no “assentar” das euforias iniciais dos fogos do réveillon e no constatar que a vida pode se apresentar como nova, e mesmo assim ser familiar continuidade em que já sabemos a trilhas das pedras, podendo alcançar a dádiva de lembrar sem mágoa e de ainda saber ter muito combustível para acender novos risos...

Ao final de fevereiro dispamos os excessos de euforias, deixemos bagagens desnecessárias e vistamos a essencial vontade de continuidade, assim também como temperemos os dias com algumas, senão muitas, pitadas de novas possibilidades... Continuar é arte, e o novo é dádiva dentro do que de bom já tenhamos feito.

E que o inverno seja rico de chuvas de realizações em nossa terra literária para que regue as sementes plantadas e ao final do ano tenhamos buquês de frescas, poéticas e históricas idéias em nossas mãos! Um viva aos nossos autores! Um viva à continuidade! E que viva a Literatura!



Ana Néres Pessoa Lima Góis

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